quinta-feira, 4 de setembro de 2014

“Só não muda de idéias que não as tem”

 Por Aracy Bonner

“Só não muda de idéias que não as tem”

Sempre foi minha citação favorita, e no decorrer dos tempos aprendi que quando menos conhecemos mais julgamos, em contrapartida quando mais conhecemos menos compreendemos. Pois a certeza de hoje tem o costume de cair em meio ao vão!
Mas uma coisa que realmente me “intriga” é a velocidade com que pessoas reproduzem BOATOS, dos mais bizarros, aos usados por marqueteiros Pós doutorados, esses sim os mais perigosos pois fazem uso da má fé, para manipular os que menos conhecem, e vivem alienados.

Dá para concluir, todos adoramos boatos. Falso e verdadeiro são como sombra e sol a nos acompanhar. Mas o que chama atenção como disse é a velocidade com que fabulações, armações, intrigas pulam de um Face a um Twitter, de uma rede de televisão para o MUNDO.

É quase como se usássemos o ditado Vale o escrito de forma enviesada e escandalosamente tendenciosa. Se alguém postou que estão comercializando leite de galinha, por que não passar adiante?
Essa situação de reprodução acachapante e distraída pode levar a uma reação bem ruim – a descrença generalizada. Já pensou um mundo onde ninguém crê em ninguém? Nem nos conselhos da própria mãe? Mas acho que pode haver um contraveneno que evite que sejamos reprodutores automáticos, ou descrentes absolutos.

O contraveneno que pode nos tirar desse imbróglio eletrônico, atende pelo nome de Reflexão. Pois é! Para refletir é necessário ter pensado antes. Refletimos como quem olha sem pressa uma paisagem. Desconfio até que a reflexão está faltando nas nossas prateleiras, porque ela exige de nós um certo tempo.

Ela é muita mais lenta do que nossos dedos tocando nas teclas, no curtir, no compartilhar. Ela perde em velocidade até mesmo para o comentar, pois há exemplos abundantes de que é possível escrever sem pensar. Para refletir é preciso focar. Mais ainda, é necessário aprender a ver através das palavras. É preciso conhecer, ler para se informar.

A reflexão também nos convida a algumas perguntas: qual o pano de fundo, qual o grau de sinceridade, qual o ponto de vista desse postador? De onde veio a mensagem e até aonde ela quer chegar? Só assim poderei escolher se passo o recado para frente ou não. Acho que a ação reflexiva pode nos levar aos primeiros passos de uma cidadania digital.

Até porque cada um posta e fala de acordo com seu pondo de vista, ideologia e forma de encarar a vida. Mas não adianta ler, se não tivermos autocrítica, se não passarmos tudo pelo crivo da razão, sem questionamento somos AUTÔMATOS , devemos ser AUTÔNOMOS.

FONTE: BLOG BAIÃO DE DOIS

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